
Direito ao silêncio parcial. Entenda como funciona para o réu
Você sabia que o direito ao silêncio parcial é uma garantia para que o réu não gere autoincriminação? Durante o interrogatório, investigação ou processo criminal, o indivíduo tem a liberdade de escolher quais perguntas responder.
Isso é totalmente possível, desde que não ocorra uma recusa absoluta em colaborar amigavelmente com a justiça.
Para melhor entendimento sobre o assunto, a seguir, vamos comentar tudo sobre o direito ao silêncio parcial e como funciona para o réu. Acompanhe a leitura!
O que é o direito ao silêncio parcial?
O direito ao silêncio parcial é um direito do réu de responder apenas algumas perguntas feitas durante o interrogatório. Isso significa que ele pode permanecer calado em relação aos questionamentos que tem chances de incriminá-lo.
Essa conduta representa o exercício de seus direitos, resguardando-o de injustiças e garantindo o devido processo legal. Assim, também evita a criação de provas que são prejudiciais à sua defesa.
Em relação à base legal para o direito ao silêncio parcial, encontra-se na Constituição Federal do Brasil e também no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Como funciona o direito ao silêncio parcial
Durante o interrogatório, o réu é informado pelo juiz sobre seu direito ao silêncio. A partir desse momento, ele é livre para escolher as perguntas que considera relevantes para sua defesa.
Geralmente, essa escolha é feita de maneira estratégica, juntamente com seu advogado. Desse modo, consegue evitar provas contra si a partir de suas respostas.
Veja alguns exemplos de interrogatório:
- Pergunta: “Você estava presente no local do crime conforme os fatos apresentados?”
Resposta do réu: (silêncio absoluto) - Pergunta: “Qual é a sua relação com a vítima?”
Resposta do réu: “Somos colegas de faculdade”.
Conforme vimos, o réu exerceu seu direito ao silêncio parcial ao optar por não responder sobre sua presença no local do crime.
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Quais são os benefícios do direito ao silêncio parcial?
Ao conceder o direito ao silêncio parcial, o réu garante diversos benefícios. Veja alguns deles:
Evita a autoincriminação
Essa é a principal vantagem do direito ao silêncio. Isso porque o réu consegue evitar o fornecimento de informações sensíveis, que podem ser utilizadas pela acusação para incriminá-lo.
Protege seus direitos
Por meio de uma construção estratégica de defesa do réu, o advogado orienta o cliente sobre a melhor forma de utilizar o direito ao silêncio parcial, considerando algumas particularidades do caso. Diante disto, o réu protege seus direitos e evita ser tratado de forma injusta ou arbitrária.
Garante um julgamento justo
A partir do momento que tem chance de se defender de forma adequada, o réu aumenta suas probabilidades de garantir um julgamento justo e imparcial.
E existem desvantagens nesse direito?
Sim! Em algumas situações específicas, o silêncio parcial do réu pode ser interpretado de várias formas pelo juiz, sendo visto como um indicativo de culpa.
Além disso, em casos de julgamento por júri, a escolha do silêncio do réu também tem chance de influenciar negativamente a percepção dos jurados.
Vale lembrar que o direito ao silêncio parcial apresenta limitações. Por mais que seja um poder concedido à defesa do réu, em alguns casos, a lei exige que o indivíduo responda a determinadas perguntas, como à sua identificação, filiação e outros esclarecimentos que não envolvam diretamente a produção de prova contra si.
O direito ao silêncio parcial é um instrumento poderoso para garantir a justiça e a presunção de inocência. É uma forma de proteger contra a autoincriminação enquanto realiza um processo estratégico de defesa.
Porém, é muito importante entender suas implicações e limitações durante o julgamento. Portanto, não hesite consultar um advogado para obter orientações jurídicas com base em sua situação.
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